O clássico “Planeta dos Macacos”, escrito por Pierre Boulle e publicado em 1963, é uma fascinante obra de ficção científica que explora temas como evolução, civilização e a relação entre humanos e outras espécies inteligentes. A história acompanha uma expedição interplanetária que leva um grupo de viajantes a um planeta aparentemente semelhante à Terra, mas com uma reviravolta perturbadora: os macacos são a espécie dominante, enquanto os humanos são primitivos e irracionais.
O romance é narrado por Ulysse Mérou, um jornalista que faz parte da tripulação de uma missão espacial ao lado do professor Antelle e do cientista Arthur Levain. Eles chegam ao planeta Soror, onde descobrem uma sociedade rigidamente hierárquica governada por três classes de primatas: os orangotangos, que formam a elite intelectual e política; os chimpanzés, responsáveis pela ciência e progresso; e os gorilas, encarregados da força militar e da segurança. Os humanos, por sua vez, vivem em estado selvagem, sem fala ou inteligência aparente.
Capturado pelos macacos, Ulysse é levado para um centro de pesquisa científica, onde é tratado como cobaia de experimentos conduzidos pela chimpanzé Zira, uma cientista curiosa e empática. Com o tempo, ele consegue provar sua inteligência e estabelece comunicação com ela e seu noivo, o também cientista Cornelius, que começa a questionar as origens da sociedade símia.
A história ganha profundidade quando Ulysse descobre vestígios arqueológicos que revelam uma verdade perturbadora: os humanos já foram a espécie dominante em Soror, mas, por complacência e dependência excessiva da tecnologia, perderam sua capacidade de evolução, permitindo que os macacos assumissem o controle. Essa revelação ecoa como uma crítica à arrogância humana e aos perigos da estagnação intelectual e social.
Com a ajuda de Zira e Cornelius, Ulysse consegue fugir junto com Nova, uma humana primitiva por quem se afeiçoa, e seu filho. Ele retorna à sua nave e escapa de Soror, chegando à Terra. No entanto, ao aterrissar em Paris, ele descobre um desfecho chocante: os macacos também dominaram o planeta, tornando o ciclo de dominação e decadência inevitável.
A obra de Pierre Boulle é uma poderosa reflexão sobre a natureza da inteligência, o conceito de civilização e os riscos da destruição autoimposta. O livro inspirou inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas, consolidando-se como um dos pilares da ficção científica.