“A Rua das Janelas Fechadas”, de Beatriz Nogueira Martins, é um romance que mistura mistério, drama e uma profunda reflexão sobre o passado. A história se passa em uma cidade pequena, onde uma rua inteira parece congelada no tempo. Suas casas, sempre fechadas, guardam segredos que poucos ousam questionar. Os moradores evitam falar sobre o que aconteceu ali, e a rua se tornou um símbolo de mistério e silêncio na cidade.
A protagonista, Clara, é uma jornalista que retorna à sua cidade natal depois de anos afastada. Sua intenção inicial era escrever uma reportagem sobre um antigo morador que desapareceu sem deixar rastros, mas, ao se aprofundar na investigação, percebe que a Rua das Janelas Fechadas esconde muito mais do que um simples caso não resolvido. Cada entrevista e visita às casas da rua revelam fragmentos de histórias marcadas por tragédias, arrependimentos e promessas nunca cumpridas.
A narrativa alterna entre o presente de Clara e o passado daqueles que viveram na rua, oferecendo ao leitor pistas sobre os eventos que transformaram aquele lugar em um enclave de silêncio. Com o passar dos capítulos, Clara percebe que sua própria família pode ter ligações com os acontecimentos obscuros do local. Memórias de sua infância ressurgem, trazendo à tona perguntas que nunca haviam sido feitas.
O ritmo da história é marcado por descobertas gradativas e reviravoltas inesperadas. Cada janela fechada representa uma história oculta, uma dor reprimida ou uma verdade evitada. A escrita de Beatriz Nogueira Martins cria uma atmosfera inquietante e envolvente, explorando a dualidade entre a necessidade de lembrar e o desejo de esquecer.
À medida que Clara se aproxima da verdade, ela precisa decidir até onde está disposta a ir para desenterrar segredos que podem mudar sua própria visão do passado. O desfecho é surpreendente, amarrando cada detalhe da trama de forma magistral e deixando o leitor com uma reflexão sobre os segredos que carregamos e as verdades que escolhemos ignorar.
Com personagens bem construídos e uma ambientação carregada de simbolismo, “A Rua das Janelas Fechadas” é um romance que prende a atenção do início ao fim. A obra nos convida a questionar até que ponto o silêncio pode proteger ou aprisionar aqueles que escolhem viver dentro dele.