Os Livros de Enoque: Anjos Caídos e a Origem do Mal , traduzido por Richard Laurence, é uma edição que reúne textos apócrifos judaicos atribuídos a Enoque, bisavô de Noé, centrados na narrativa dos anjos caídos e sua relação com a origem do mal. Baseado principalmente no Primeiro Livro de Enoque (1 Enoque), preservado na tradição etíope e descoberto no século XVIII, o livro é uma coleção de escritos apocalípticos do período do Segundo Templo (séculos II aC a I dC). A tradução de Laurence, publicada inicialmente em 1821, foi a primeira em inglês a partir do manuscrito etíope, tornando-se uma referência seminal para estudiosos e leitores específicos em angelologia, demonologia e cosmologia judaico-cristã primitiva. A seguir, apresento um resumo em 9 parágrafos, conforme solicitado, com base no conteúdo do Primeiro Livro de Enoque e sua tradução por Laurence, mantendo um estilo narrativo fluido.
A narrativa começa com Enoque, descrita como um justo que “caminhou com Deus” (Gênesis 5:24), recebendo visões divinas sobre o destino da humanidade e do cosmos. O livro, dividido em frascos como o Livro dos Vigilantes , o Livro das Parábolas e o Livro Astronômico , detalha a rebelião de um grupo de anjos conhecidos como Vigilantes ou Grigori. Liderados por figuras como Semjaza e Azazel, esses anjos descem à Terra, atraídos pelas filhas dos homens, e se unem a elas, violando a ordem celestial. Essa transgressão é o ponto de partida para a corrupção da humanidade.
Os filhos dessas uniões, chamados Nefilim, são descritos como gigantes monstruosos que devastam a Terra com sua força e apetite insaciáveis. Além disso, os anjos caídos ensinaram aos humanos artes proibidas, como metalurgia, magia, astrologia e cosmética, que, segundo o texto, intensificam a maldade e a violência. A narrativa sugere que esses ensinamentos, associados à guerra e à sedução, são a raiz de muitos homens sociais, conectando a queda dos anjos à exclusão moral da humanidade.
Deus, ao observar o caos, envia os arcanjos Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel para intervir. Os Vigilantes são condenados por sua rebelião, presos em cadeias sobrenaturais até o Dia do Juízo, enquanto os Nefilim são destruídos por Dilúvio, enviados para purificar a Terra. A novelização destaca a severidade do julgamento divino, mas também a misericórdia, pois Enoque é escolhido como mensageiro para interceder pelos anjos caídos, embora suas súplicas sejam rejeitadas.
O Livro dos Vigilantes , a seção mais influente, aprofunda a cosmologia do mal, descrevendo como os espíritos dos Nefilim, após a destruição de seus corpos, tornam-se demônios que vagam pela Terra, atormentando os humanos. Essa narrativa oferece uma explicação para a origem do mal sobrenatural, distinta da teologia cristã posterior, que associa o mal principalmente a Lúcifer. A tradução de Laurence preserva a linguagem arcaica e visionária, enfatizando o tom apocalíptico do texto.
Outra parte significativa é o Livro das Parábolas , que apresenta visões de Enoque sobre o julgamento final e a vinda de uma figura messiânica, chamada de “Filho do Homem”. Essas passagens influenciaram o cristianismo primitivo, especialmente por suas ordens do Messias e do reino celestial. Marias, ao adaptar o texto, mantém a riqueza simbólica dessas visões, que misturam justiça divina com esperança de redenção para os justos.
O Livro Astronômico explora o conhecimento celestial de Enoque, detalhando os movimentos dos astros e o calendário solar, em contraste com o calendário lunar judaico da época. Essa seção reflete o interesse dos autores em harmonizar a ciência de sua época com a revelação divina, mostrando Enoque como uma verdade que desvenda os segredos do cosmos. A prosa de Laurence capta a reverência do texto original por esses mistérios.
A obra é polêmica por sua exclusão do cânon bíblico judaico e cristão, exceto na Igreja Ortodoxa Etíope, que é considerada sagrada. Sua influência, no entanto, é inegável, com instruções no Novo Testamento (como Judas 1:14-15) e alusões em textos patrísticos. A narrativa dos anjos caídos, em particular, moldou tradições judaicas e cristãs sobre a origem do mal, embora tenha sido rejeitada por algumas autoridades rabínicas e cristãs por sua visão de anjos pecadores.
A tradução de Laurence, embora criticada por imprecisões devido às limitações de trabalho com um único manuscrito etíope, é valorizada por sua fidelidade ao tom visionário do original. A novelização mantém o caráter enigmático do texto, com segurança vívidas de céus flamejantes, anjos punitivos e a angústia dos caídos. O livro desafia os leitores a refletirem sobre a natureza do pecado, a responsabilidade divina e a luta entre bem e mal.
Em resumo, Os Livros de Enoque: Anjos Caídos e a Origem do Mal , na tradução de Richard Laurence, é uma obra fascinante que combina mitologia, teologia e visões apocalípticas. A história dos Vigilantes e seus filhos Nefilim oferece uma explicação única para o mal, enquanto as visões de Enoque revelam um cosmos governado por justiça divina. Apesar de sua exclusão do cânon, o texto permanece uma janela para o pensamento religioso do período do Segundo Templo, com uma narrativa que continua a intrigar