Em sua obra, Friedman apresenta a metáfora de que o mundo se tornou “plano”, no sentido de que tecnologias digitais, redes de comunicação e cadeias de valor globais nivelaram o campo de competição entre países, empresas e indivíduos. Ele argumenta que estamos na fase da “Globalização 3.0”, em que o poder deixou de estar apenas em estados ou grandes corporações, passando para indivíduos capazes de operar globalmente. O livro descreve como essa transformação altera mercados, relações sociais e oportunidades de crescimento pessoal.
Friedman identifica dez “achatadores” (flatteners) que facilitaram essa transição, como a queda do Muro de Berlim, o IPO da Netscape, o surgimento do software de workflow, outsourcing, offshoring e insourcing. Esses fatores combinaram-se para criar um ambiente no qual empresas e pessoas de qualquer país podem interagir, competir e colaborar em tempo real. Ele enfatiza que a tecnologia é o grande catalisador do mundo plano.
O autor explora como países emergentes, especialmente Índia e China, passaram a integrar e liderar partes das cadeias de valor globais, desde serviços de contabilidade até programação. Ele ressalta que a vantagem competitiva tradicional dos países desenvolvidos está sendo desafiada. Para se manterem competitivos, indivíduos e nações precisam investir em habilidades, adaptação e inovação constante.
Friedman alerta que a globalização digital cria tensões e desafios, como desigualdades de oportunidade e risco de exclusão econômica. Ele sugere que os países devem reformar instituições, atualizar sistemas educacionais e incentivar ciência e engenharia. Segundo ele, a participação plena na economia global depende de políticas que promovam inclusão e capacitação.
Uma dimensão importante da obra é a “Teoria Dell de Prevenção de Conflitos”, na qual economias interligadas tornam o conflito armado mais custoso e menos provável. Friedman destaca que essa dinâmica econômica pode reduzir tensões, mas não garante paz absoluta. A interdependência global cria incentivos para cooperação entre empresas e países.
O livro também apresenta críticas, como a perspectiva americana do autor, que pode exagerar a extensão da globalização e minimizar barreiras locais, culturais e econômicas. Mesmo assim, ele popularizou discussões sobre globalização digital, infraestrutura e competitividade global. A obra provoca reflexão sobre o papel de cada indivíduo nesse novo cenário.
Friedman enfatiza a necessidade de educação e atualização constante, pois a competitividade global exige habilidades adaptáveis e inovação contínua. O mundo plano não só cria oportunidades, mas também exige diferenciação para não ficar para trás. Indivíduos e empresas que compreendem essa dinâmica podem transformar desafios em vantagem competitiva.
Em resumo, O Mundo É Plano oferece um panorama sobre como o mundo econômico e tecnológico tornou-se interligado e competitivo. Friedman propõe que para prosperar, é necessário abraçar mudanças, desenvolver vantagens pessoais e compreender a complexidade da globalização. O livro continua relevante para entender o impacto das tecnologias e da interconexão global.

