“O Cânone Ocidental” de Harold Bloom é uma obra monumental que traça a evolução e influência das principais obras literárias da tradição ocidental. Dividido em quinze capítulos, Bloom oferece uma análise profunda e perspicaz das obras e dos autores que moldaram a literatura ao longo dos séculos.
Bloom inicia sua jornada pelo cânone ocidental explorando a epopeia de Homero, “Ilíada” e “Odisseia”, reconhecendo nelas a fundação da literatura ocidental. Ele destaca a influência duradoura desses textos sobre a narrativa épica e a imaginação literária.
A obra segue com análises minuciosas de autores como Dante Alighieri, William Shakespeare, e Miguel de Cervantes, destacando suas contribuições únicas para a literatura mundial. Bloom enfatiza a genialidade de cada autor e sua capacidade de transcender as limitações de sua época.
Ao longo do livro, Bloom discute a relação entre os grandes autores, identificando influências e intertextualidades que demonstram a continuidade e a evolução da tradição literária.
Ele também examina o conceito de “ansiedade da influência”, argumentando que os escritores estão constantemente em um diálogo criativo com seus predecessores, buscando afirmar sua originalidade enquanto enfrentam o legado daqueles que vieram antes deles.
Bloom destaca a importância da leitura atenta e crítica das obras canônicas, incentivando os leitores a se envolverem ativamente com os textos e a interpretá-los dentro de seus contextos históricos e culturais.
O autor também aborda questões de gênero, destacando o papel das mulheres na literatura e examinando como suas vozes foram historicamente subrepresentadas e marginalizadas dentro do cânone ocidental.
“O Cânone Ocidental” culmina em uma reflexão sobre o estado atual da literatura e do ensino da literatura nas universidades, levantando questões sobre a relevância contínua das obras canônicas no mundo contemporâneo.
Bloom argumenta a favor da preservação e do estudo das obras clássicas, mesmo em uma era de mudanças culturais e tecnológicas rápidas, defendendo sua importância como fonte de insight humano e compreensão da condição humana.
Em última análise, “O Cânone Ocidental” é uma obra que celebra a riqueza e a diversidade da tradição literária ocidental, ao mesmo tempo em que desafia os leitores a reconsiderarem suas noções preconcebidas sobre o que constitui uma obra literária de valor duradouro.