“Gilead”, escrito por Marilynne Robinson, é uma obra de ficção contemplativa e profundamente evocativa que narra a vida e reflexões de um pastor presbiteriano idoso chamado John Ames, que vive na pequena cidade de Gilead, Iowa, durante os anos 1950.
O livro é estruturado como uma longa carta escrita por Ames a seu jovem filho, fruto de seu segundo casamento tardio com uma mulher muito mais jovem, e é apresentado como uma espécie de legado espiritual e ético para o menino, que Ames sabe que não verá crescer.
Ames, confrontando sua própria mortalidade iminente devido a uma doença cardíaca, mergulha em suas memórias, revisitando sua vida, seus relacionamentos e sua fé. Ele compartilha reflexões sobre sua infância, seu pai e seu avô, ambos também pastores, assim como sobre sua amizade complexa e às vezes conflituosa com outro pastor, John Ames Boughton, conhecido como “Jack”.
Por meio dessas reminiscências, Ames explora temas como perdão, redenção, graça e a natureza da vida espiritual. Ele também aborda questões sociais e políticas, como a escravidão, a Guerra Civil Americana e as tensões raciais persistentes em Gilead.
A prosa de Robinson é notável por sua simplicidade e beleza lírica, capturando os detalhes da vida cotidiana em Gilead e os pensamentos interiores de Ames com uma sinceridade e profundidade emocional cativantes.
“Gilead” é um romance meditativo que oferece uma reflexão poética sobre o significado da existência humana, a complexidade das relações familiares e o papel da fé na vida das pessoas. É uma obra que ressoa com a serenidade e a sabedoria que vêm da aceitação da vida em sua totalidade, com todas as suas alegrias e dores.