As “Fábulas de Fedro” são uma coleção de histórias moralizantes escritas pelo escravo liberto romano Fedro, que viveu no século I d.C. Essas fábulas, baseadas em grande parte nas tradições de Esopo, oferecem lições de vida por meio de narrativas curtas e alegóricas envolvendo animais, plantas e até seres humanos.
Uma das fábulas mais conhecidas é “O Lobo e o Cordeiro”. Nesta história, um lobo acusa um cordeiro de poluir a água que ele estava bebendo. Quando o cordeiro aponta que está bebendo rio abaixo, o lobo inventa outra acusação e, finalmente, ataca o cordeiro. A moral da história é que os fortes sempre encontram uma desculpa para oprimir os fracos.
Em “O Corvo e a Jarra”, um corvo sedento encontra uma jarra com um pouco de água no fundo. Incapaz de alcançá-la, o corvo inteligentemente coloca pedras na jarra, elevando o nível da água até que ele possa beber. Esta fábula ensina a importância da inteligência e da engenhosidade para superar dificuldades.
“A Raposa e as Uvas” narra a história de uma raposa que tenta, sem sucesso, alcançar um cacho de uvas pendurado alto em uma videira. Frustrada, ela decide que as uvas provavelmente estão verdes e não valem a pena. A moral aqui é que é fácil desprezar o que não se pode obter.
Em “O Rato da Cidade e o Rato do Campo”, dois ratos visitam as casas um do outro. O rato do campo oferece uma refeição simples, enquanto o rato da cidade oferece um banquete luxuoso, mas perigoso, devido à presença de um gato. A fábula ilustra que a segurança e a paz de espírito são mais valiosas do que o luxo e a riqueza.
“A Lebre e a Tartaruga” conta a história de uma lebre arrogante que desafia uma tartaruga para uma corrida. Confiante em sua velocidade, a lebre tira uma soneca durante a corrida, permitindo que a tartaruga, lenta mas constante, cruze a linha de chegada primeiro. Esta fábula destaca o valor da perseverança e da determinação.
Outra fábula famosa é “O Lobo e a Garça”. Um lobo, com um osso preso na garganta, promete recompensar qualquer animal que o ajude. Uma garça usa seu longo pescoço para remover o osso, mas quando pede sua recompensa, o lobo se recusa, dizendo que a garça deveria estar contente por não ter sido devorada. A moral da história é que não se deve esperar gratidão dos ingratos.
“A Formiga e a Pomba” narra como uma pomba salva uma formiga de se afogar e, mais tarde, a formiga retribui mordendo um caçador que estava prestes a capturar a pomba. Esta fábula ensina a importância da reciprocidade e da ajuda mútua.
Em “O Leão e o Rato”, um leão poupa a vida de um rato que, mais tarde, retribui roendo as cordas que prendem o leão em uma armadilha. A moral da história é que até os pequenos podem ajudar os grandes.
“A Raposa e o Corvo” ilustra a importância de não se deixar enganar pela adulação. Um corvo com um pedaço de queijo é enganado pela raposa, que o elogia até que ele solta o queijo ao cantar, permitindo que a raposa o pegue.
“Os Sapatos e o Burro” conta a história de um burro que carrega sapatos e se sente orgulhoso, acreditando ser mais importante que outros animais de carga. A moral aqui é que as aparências podem enganar e não devem ser motivo de vaidade.
“A Cigarra e as Formigas” é sobre uma cigarra que passa o verão cantando enquanto as formigas trabalham para armazenar comida. No inverno, a cigarra pede ajuda, mas as formigas a repreendem por sua preguiça. A moral é a importância do trabalho e da preparação para o futuro.
“A Águia e a Raposa” conta como uma águia rouba os filhotes de uma raposa para alimentar seus próprios filhotes. A raposa, impotente contra a águia, só consegue sua vingança quando o ninho da águia é incendiado por pastores. A moral da história é que a justiça pode ser tardia, mas é inevitável.
“O Asno Vestido com Pele de Leão” narra a história de um asno que se veste com uma pele de leão para assustar outros animais, mas é desmascarado quando solta um zurro. A fábula ensina que a verdadeira natureza de alguém sempre se revelará.
“O Homem e a Madeira” mostra um homem que encontra uma árvore caída e decide usá-la para fazer um ídolo, apenas para ser castigado pelo próprio ídolo por sua ingratidão. A moral é que a ingratidão leva à desgraça.
“Os Gansos e os Cisnes” compara a vida dos gansos, que são sacrificados por sua carne, e dos cisnes, que são poupados por sua beleza e canção. A moral é que a beleza e a virtude podem proteger da adversidade.
Essas fábulas, com suas lições atemporais, continuam a ser relevantes, ensinando sobre a natureza humana, a moralidade e a sabedoria prática através de histórias simples e alegóricas.