O livro busca apresentar a história da salvação desde a criação até o fim dos tempos como uma narrativa completa e integrada. Ele procura situar os eventos bíblicos — do Antigo ao Novo Testamento — em ordem histórica e em contexto, mostrando como cada parte se conecta dentro do plano redentor. A proposta é facilitar a compreensão global da Bíblia, especialmente para leitores que têm dificuldade com a ordem cronológica ou o significado histórico dos livros. Ao longo da obra, o autor destaca quem são os autores de cada livro, as épocas em que foram escritos e as principais mensagens de cada parte. Essa abordagem ajuda a visualizar a Bíblia não como uma coleção de textos isolados, mas como uma grande história com coerência interna.
A narrativa inicia com a criação do mundo, passando pela formação do povo de Israel, o cativeiro, o êxodo, os juízes, os reis e os profetas — ou seja, cobre toda a trajetória histórica do Antigo Testamento. O autor procura mostrar como os eventos históricos, culturais e religiosos se desenvolvem com coerência, servindo de pano de fundo para os ensinos e profecias. Ele também procura evidenciar as promessas messiânicas e como elas são cumpridas gradualmente ao longo da história bíblica. A leitura desse panorama proporciona uma visão ampla da evolução religiosa e social do povo de Deus.
Ao chegar no Novo Testamento, o livro mostra como a vida, ministério, morte e ressurreição de Cristo se encaixam nesse plano histórico de redenção. Segundo o autor Alfred Edersheim, essa perspectiva ajuda a compreender melhor o valor do sacrifício de Jesus no contexto da promessa antiga. Ele apresenta também como o surgimento da Igreja e os escritos apostólicos são continuação da revelação iniciada no Antigo Testamento. Essa visão integrada torna mais evidente a conexão entre as Escrituras antigas e a nova aliança.
O autor não considera a Bíblia apenas como uma sucessão de livros, mas como uma obra com unidade, propósito e coerência histórica. Ele defende que a Bíblia foi escrita por vários autores inspirados, mas que todos contribuíram para um único grande desígnio divino. A obra estimula a leitura não fragmentada, mas panorâmica — ajudando o leitor a “ver o quadro todo” antes de entrar em estudos específicos. Isso ajuda especialmente quem quer entender temas maiores, como a aliança, o papel de Israel, a promessa messiânica e a consumação final.
Além de expor os eventos, o livro promove reflexão sobre a fé — mostrando como a fé atravessa gerações, ligando Antigo e Novo Testamento. O autor considera que a fé dos personagens bíblicos, suas lutas, esperanças e erros, compõem uma história viva que culmina em Cristo. Dessa forma, o estudo da Bíblia se torna mais vivo e significativo, não apenas como relato antigo, mas como mensagem para a vida atual.
Essa forma panorâmica de estudar a Bíblia também serve como base para ensino em grupo, discipulado ou estudos sistemáticos. A clareza na divisão dos períodos históricos, nos principais personagens e nas fases do plano de Deus facilita o ensino, a memorização e a compreensão por parte de novos leitores ou de iniciantes no estudo bíblico.
O autor traz tanto o contexto histórico-social quanto o teológico, permitindo ao leitor entender a cultura, os costumes e a mentalidade das épocas retratadas. Isso ajuda a interpretar passagens de forma mais consciente, considerando o pano de fundo histórico e cultural. A obra, portanto, funciona não apenas como resumo, mas como introdução ao entendimento profundo da Bíblia em sua totalidade.
Em resumo, Panorama Bíblico — como obra de ensino — busca unir clareza, estrutura e profundidade: mostra a Bíblia como uma narrativa coesa, revela o cronograma da história bíblica, destaca os principais eventos e contextos, e fornece uma visão ampla da revelação divina. Para leitores que querem compreender de modo geral “o que a Bíblia traz”, sem se perder na quantidade de livros e temas, essa obra se apresenta como uma ferramenta valiosa.

