A fábula “O Lobo e o Cordeiro”, de Esopo, narra um encontro simbólico que reflete sobre a injustiça, a opressão e os abusos de poder. A história começa quando um cordeiro está bebendo água em um riacho, tranquilo e sem causar mal a ninguém.
Logo depois, surge um lobo faminto e mal-intencionado. O lobo, ao avistar o cordeiro, imediatamente procura uma justificativa para atacá-lo. Ele afirma que o cordeiro está sujando a água que ele, lobo, está bebendo mais acima.
O cordeiro, assustado, responde de forma educada e lógica, explicando que isso seria impossível, pois ele está rio abaixo, e a água corre de onde o lobo está para onde ele está, não havendo como sujar a água do lobo.
Diante desse argumento sensato, o lobo não se dá por satisfeito e inventa outra acusação. Diz que no ano anterior o cordeiro havia falado mal dele. Novamente, o cordeiro responde que isso seria impossível, pois nem havia nascido naquele tempo.
Sem se importar com a razão, o lobo continua inventando pretextos. Alega, então, que se não foi ele, foram seus parentes, irmãos ou alguém de sua família que o prejudicou, e que, portanto, ele merecia ser punido.
O cordeiro, inocente e indefeso, tenta de todas as formas demonstrar que nenhuma dessas acusações tem fundamento. Ele usa a lógica, o bom senso e a verdade para tentar se livrar da situação.
No entanto, o lobo não busca a verdade, nem a justiça. Seu objetivo é apenas satisfazer sua própria vontade e sua fome. Usando de sua força e desprezando qualquer argumento, ele ataca o cordeiro e o devora sem piedade.
A moral da fábula é clara e direta: quando o mais forte deseja praticar uma injustiça, qualquer desculpa serve. A verdade e a razão não têm valor diante da opressão daqueles que abusam do poder.
Assim, “O Lobo e o Cordeiro”, de Esopo, segue como um alerta atemporal sobre os perigos da injustiça, dos falsos julgamentos e da exploração dos mais fracos pelos mais poderosos, sendo uma reflexão válida tanto no âmbito pessoal quanto social.