O Pescador e o Peixinho Dourado, de Alexander Pushkin, é um conto clássico da literatura russa que trabalha temas como humildade, ambição e insatisfação humana. A narrativa começa quando um pescador humilde lança sua rede ao mar e captura um peixinho dourado que fala e implora por sua liberdade. Em troca da vida poupada, o peixe promete atender qualquer desejo do homem.
Inicialmente, o pescador não pede nada, satisfeito com sua vida simples. No entanto, sua esposa, insatisfeita com a pobreza, exige que ele volte ao mar e faça pedidos ao peixinho. Primeiro, pede uma nova casa; depois, deseja ser uma dama da nobreza; em seguida, aspira ser rainha; e, por fim, almeja tornar-se a governante dos mares, obrigando até mesmo o próprio peixe a servi-la.
Cada desejo é atendido pelo peixinho dourado, mas a ambição da esposa cresce de forma desmedida, revelando sua ganância e desprezo pelas dádivas recebidas. O pescador, embora relutante, obedece e retorna várias vezes ao mar, onde o peixe atende, com paciência, a cada nova exigência.
Entretanto, no momento em que a esposa pede o impossível – tornar-se a senhora absoluta do mar e mandar no próprio peixe – o encanto se quebra. O peixinho desaparece e tudo retorna ao ponto de partida. A esposa perde todas as riquezas e poderes, voltando a viver com o pescador em sua cabana pobre.
O conto transmite uma lição moral clara: a insatisfação constante e a ganância desmedida levam à perda e à ruína. Pushkin constrói uma fábula que dialoga com valores universais, mostrando como o desejo de poder e riqueza, quando não encontra limites, se transforma em destruição.
A simplicidade do pescador contrasta com a arrogância da esposa, revelando que a felicidade não está necessariamente na abundância material, mas na aceitação e na moderação. Essa dualidade entre humildade e ambição é o centro da mensagem da obra.
Com linguagem poética e ritmo envolvente, Pushkin transforma um conto popular em uma narrativa de grande valor literário, repleta de ensinamentos morais e simbólicos. O peixinho dourado, por sua vez, torna-se símbolo de esperança e de limites, lembrando que até mesmo os milagres têm fronteiras.
Assim, O Pescador e o Peixinho Dourado permanece como uma das histórias mais marcantes do autor, transmitindo valores atemporais e convidando o leitor a refletir sobre a ambição, a gratidão e o verdadeiro sentido da felicidade.