“A Cidade e as Serras”, obra escrita por Eça de Queirós, é um romance que contrasta a vida rural e a vida urbana, explorando as diferenças entre os modos de existência nos ambientes campestres e nas metrópoles. A narrativa segue a história de Jacinto, um jovem aristocrata acostumado ao luxo da vida parisiense, imerso na tecnologia, no conforto e na sofisticação da cidade.
A monotonia da vida urbana, marcada por superficialidades e excessos, leva Jacinto a um estado de entediante alienação. Sua vida muda drasticamente quando herda a propriedade rural da família em Tormes. Ao chegar à serra, ele se depara com uma realidade oposta àquela a que estava habituado: um ambiente simples, tranquilo e próximo à natureza, longe das inovações tecnológicas e das convenções sociais da cidade.
Nesse cenário campestre, Jacinto experimenta uma transformação gradual. Ele redescobre a essência da vida, a beleza da simplicidade e a autenticidade das relações humanas. Através do contato com a natureza e da interação com as pessoas da região, ele encontra um novo propósito e uma visão mais plena sobre o significado da existência.
Ao longo da história, Eça de Queirós apresenta uma crítica contundente à superficialidade da vida urbana e ao vazio gerado pela busca incessante pelo progresso material. O contraste entre a cidade e a serra serve como uma reflexão profunda sobre os valores essenciais da vida, apontando para a importância da conexão com a natureza, das relações genuínas e da simplicidade como elementos fundamentais para a felicidade e o crescimento pessoal.
“A Cidade e as Serras” não apenas retrata a jornada de Jacinto em busca de um sentido mais profundo para a existência, mas também provoca uma reflexão sobre a sociedade e os dilemas enfrentados por aqueles que vivem imersos no contexto urbano, distanciados da simplicidade e da autenticidade encontradas na vida rural.