O livro aborda o chamado a participar na cruz de Cristo como elemento central da vida cristã. O autor convida o leitor a reconhecer que seguir a Jesus inclui assumir uma cruz — não apenas como símbolo, mas como vida marcada pela renúncia, pelo sofrimento redentor e pela obediência ao mandamento de amor. A cruz torna-se, então, lugar de encontro entre Deus e a humanidade ferida.
Em seguida, Escobar reflete sobre como a missão do cristão se conecta com esse caminho da cruz. Ele argumenta que evangelismo e justiça social não podem ser dissociados de quem entende que Cristo se entregou na cruz para a reconciliação entre todas as coisas. A cruz não é apenas experimento individual, mas comunidade, mundo e transformação. É aqui que a fé se traduz em prática, em amor e em serviço aos marginalizados.
No terceiro aspecto, o autor explora o tema da identificação: o cristão é chamado a morrer para si mesmo e viver para Cristo, assim como Cristo morreu e ressuscitou. A cruz desempenha o papel de espelho: nela se vê o velho homem que precisa morrer e o novo homem que precisa nascer em justiça, santidade e liberdade. A dor não é finalidade em si, mas via para a vida plena que Deus deseja dar.
Escobar dedica ainda uma parte do livro à reflexão sobre o custo da cruz. Ele lembra que a cruz exige fidelidade, perseverança, humildade e desprendimento dos bens, das honras e do ego. O caminho da cruz é muitas vezes solitário, vai contra a lógica do mundo e exige coragem para permanecer quando tudo ao redor cai. Contudo, é nessa fidelidade que se revela o poder da ressurreição.
O quinto foco gira em torno da comunidade cristã: a cruz une os que seguem a Cristo, pois o mesmo sofrimento de Cristo torna-se ponto de comunhão. A igreja autentica seu testemunho quando vive essa cruz juntos — partilha de dores, intercessão, serviço mútuo — e não apenas teoria ou ritual. O autor defende que a missão integral só floresce em comunidade que caminha pela cruz.
No sexto momento, Escobar trata da esperança que brota da cruz. A cruz não é ponto final — é caminho para a ressurreição. A cruz mostra a profundidade do amor de Deus, que não poupou Seu Filho, e revela o propósito de redenção. Assim, o cristão que abraça a cruz tem em vista a glória futura: a nova criação, a restauração, a vitória sobre o mal. A cruz, portanto, é também trampolim de vida.
Em seguida, há uma aplicação prática: o autor desafia cada leitor a examinar seu estilo de vida, suas motivações, seus relacionamentos e seu engajamento no mundo. Ele pergunta se realmente assumimos a cruz — ou se seguimos modelos mais confortáveis de vida cristã. Ele aponta para áreas como trabalho, política, cultura, pobreza e privilégio, lembrando que a cruz exige uma postura distinta: de serviço, de escuta, de compaixão, de engajamento concreto.
Finalmente, Escobar conclui com um chamado à fidelidade, à disponibilidade e ao testemunho. Ele exorta para que a cruz não seja ignorada nem minimizada, e para que a vida seja vivida como participação no caminho de Cristo: morrer para viver, perder para ganhar, dar para receber. A cruz transforma, e quem a integra não permanece o mesmo — é chamado a ser fermento no mundo, luz na escuridão e sal para a terra.

