Riobaldo, um jagunço aposentado, narra suas memórias de vida a um interlocutor anônimo, revelando a complexidade do sertão mineiro. Ele conta sobre sua infância e como se juntou ao bando de jagunços liderados por Joca Ramiro.
Riobaldo descreve seu encontro com Diadorim, um jovem enigmático com quem desenvolve uma amizade profunda e intensa. Diadorim guarda um segredo sobre sua verdadeira identidade, o que Riobaldo apenas descobre mais tarde.
O romance explora as lutas de poder no sertão, incluindo traições, batalhas e alianças. Joca Ramiro é traído por Hermógenes, um jagunço ambicioso, desencadeando uma série de conflitos violentos.
Riobaldo revela seu desejo de vingança contra Hermógenes, motivado tanto pela lealdade a Joca Ramiro quanto por seu amor por Diadorim. Ele se torna líder dos jagunços e adota o nome de Urutu Branco.
A narrativa também aborda a filosofia e a metafísica, com Riobaldo questionando a existência do diabo e a natureza do bem e do mal. Ele acredita ter feito um pacto com o diabo para obter poder, mas nunca tem certeza se o pacto realmente ocorreu.
Riobaldo e seu bando enfrentam Hermógenes e seus seguidores em um confronto decisivo. A batalha é brutal e cheia de perdas, mas Riobaldo emerge vitorioso.
Após a vitória, Riobaldo descobre a verdadeira identidade de Diadorim, que é, na verdade, uma mulher chamada Reinaldo. Diadorim morre nos braços de Riobaldo, revelando seu amor por ele, e Riobaldo fica devastado.
Riobaldo abandona a vida de jagunço, assombrado pelas lembranças e pelo amor não consumado por Diadorim. Ele reflete sobre sua vida e os caminhos tortuosos do sertão, sem encontrar respostas definitivas.
A obra examina a complexidade da identidade e dos papéis de gênero, especialmente através da figura de Diadorim. O sertão é retratado como um lugar de beleza e violência, moldado por suas próprias regras e códigos.
O uso inovador da linguagem por Guimarães Rosa, com neologismos e regionalismos, confere autenticidade e profundidade à narrativa. A riqueza do texto reflete a diversidade cultural e linguística do sertão mineiro.
A luta interna de Riobaldo, entre a crença em forças sobrenaturais e sua própria racionalidade, permeia a narrativa. Ele busca sentido em um mundo marcado por incertezas e paradoxos.
O romance é uma meditação sobre a condição humana, o amor, a amizade, a traição e a busca por significado em um mundo caótico. Riobaldo emerge como um personagem complexo e introspectivo, cuja jornada espelha as contradições do sertão.
“Grande Sertão: Veredas” é uma obra-prima da literatura brasileira, reconhecida por sua profundidade psicológica, inovação estilística e retrato vívido do sertão. A narrativa de Riobaldo continua a ressoar com os leitores, explorando temas universais de amor, poder e identidade em meio ao cenário único do sertão.
Resumido por Ernesto Matalo .