“O Livro de Enoque” é uma obra apócrifa tradicionalmente atribuída a Enoque, bisavô de Noé, e é composta por várias seções escritas entre os séculos III e I a.C. O livro se destaca por suas visões detalhadas e profecias sobre eventos que antecedem o dilúvio e o fim dos tempos.
A primeira parte do livro, conhecida como o Livro dos Vigilantes, narra a queda dos Vigilantes, anjos que desceram à Terra e se uniram com mulheres humanas, gerando gigantes e corrompendo a humanidade. Em resposta a essa corrupção, Deus decide punir os anjos e seus descendentes, e Enoque desempenha um papel crucial na mediação desse julgamento divino.
A segunda parte, chamada de Livro das Parábolas, contém visões que Enoque recebe sobre o futuro, incluindo a vinda de um Messias, o juízo final e a recompensa dos justos. Esta seção é significativa por apresentar a figura do “Filho do Homem”, uma metáfora para o salvador que irá instaurar a justiça divina.
O Livro dos Astronomos, outra seção importante, descreve Enoque sendo guiado pelos céus e pela Terra, recebendo ensinamentos sobre a mecânica do universo e a ordem cósmica. Esta parte do texto combina conhecimentos astronômicos com aspectos teológicos, demonstrando a interconexão entre ciência e religião.
O Livro dos Sonhos é uma seção em que Enoque tem duas visões proféticas que cobrem a história do mundo desde Adão até o juízo final. Essas visões são expressas através de imagens simbólicas e revelam eventos históricos e futuros, destacando a luta entre o bem e o mal.
O Livro das Epístolas é uma coleção de cartas atribuídas a Enoque, nas quais ele orienta seus filhos e seguidores sobre a retidão e a justiça. Ele aborda temas como a moralidade e a importância de viver de acordo com os preceitos divinos.
O texto também inclui fragmentos que tratam da ascensão de Enoque ao céu e de sua transformação em um ser celestial. Essas partes ressaltam a importância de Enoque como intermediário entre Deus e a humanidade e sua missão divina.
Por fim, “O Livro de Enoque” oferece uma visão abrangente sobre temas de justiça, moralidade e apocalipse, refletindo a preocupação com a justiça divina e a expectativa de um futuro redentor. Sua influência é evidente em vários textos religiosos posteriores e continua a ser um importante objeto de estudo para entendermos as tradições e crenças antigas.