O Livro de 1 Reis, um dos registros históricos do Antigo Testamento da Bíblia, é parte integrante do conjunto de livros que delineiam a trajetória do povo de Israel. Continuando diretamente a narrativa de 2 Samuel, este livro relata os acontecimentos subsequentes à morte do rei Davi. Compreendendo aproximadamente 120 anos, ele inicia com a ascensão de Salomão ao trono de Israel e culmina na passagem de Josafá, rei de Judá.
A obra destaca a divisão do Reino Unido de Israel em duas entidades: o Reino do Norte, Israel, e o Reino do Sul, Judá. Salomão, filho de Davi, é inicialmente retratado como um monarca sábio e próspero, notabilizando-se pela construção do Templo em Jerusalém – um marco de significância na história judaica. Entretanto, sua busca por riquezas e alianças políticas instiga o declínio espiritual do reino.
À medida que Salomão cede lugar à morte, os reinos de Israel e Judá atravessam uma série de governantes, vários dos quais desviam-se da adoração a Deus, entregando-se a práticas idolátricas. Profetas como Elias e Eliseu emergem como figuras cruciais nesse período, conclamando as nações à lealdade divina e enfrentando líderes corruptos e suas ações.
1 Reis também retrata a derrocada do reino de Israel ante a invasão assíria e a subsequente queda de Samaria, sua capital. O reino de Judá persevera por certo tempo, porém também encara desafios e o cativeiro babilônico.
Além dos aspectos históricos e teológicos, o livro realça figuras notórias que exercem funções decisivas na trama. Entre elas destaca-se o profeta Elias, renomado por seus prodígios e seu embate com os profetas de Baal, além de Eliseu, seu sucessor, que prossegue a tradição profética, operando variados milagres como a multiplicação de azeite e a ressurreição de um jovem.
A narrativa sublinha igualmente a relevância da adoração ao Deus verdadeiro e a rejeição da idolatria. Os monarcas de Israel e Judá são avaliados em consonância com sua abordagem à adoração e obediência divina. A influência dos profetas é manifesta em sua exortação às nações, incitando-as a regressar à fé e à justiça.
O conflito entre interesses políticos e preceitos divinos constitui um tema recorrente no livro. Muitos soberanos cedem a pressões de alianças políticas e matrimônios com nações vizinhas, frequentemente resultando em consequências desastrosas.
De forma global, 1 Reis apresenta uma perspectiva abrangente da história de Israel e Judá, ressaltando as ramificações das escolhas morais, políticas e religiosas realizadas por seus líderes e cidadãos. A narrativa serve como uma lição acerca das implicações da fidelidade e infidelidade a Deus, e como os eventos históricos moldaram o destino dessas nações.