A narrativa começa com a descrição da Casa dos Maias, uma mansão em Lisboa, que simboliza a decadência da família Maia. A casa é reformada por Afonso da Maia, um patriarca culto e progressista, que retorna de uma longa estada na Inglaterra.
Pedro da Maia, filho de Afonso, vive uma tragédia pessoal. Casado com Maria Monforte, uma bela mas ambiciosa mulher, vê seu casamento desmoronar quando ela foge com um príncipe italiano, levando consigo a filha do casal, Maria Eduarda. Pedro, em desespero, comete suicídio, deixando seu filho Carlos sob os cuidados de Afonso.
Carlos da Maia, criado por seu avô Afonso, torna-se um médico brilhante e cosmopolita. Ele é um homem culto, elegante e envolvido com as elites lisboetas, mas sente-se insatisfeito com a superficialidade da sociedade que o cerca.
Carlos reencontra um amigo de infância, João da Ega, um intelectual boêmio e crítico da sociedade portuguesa. Juntos, eles participam de discussões literárias e políticas, representando a geração de jovens desiludidos com a situação do país.
Carlos se apaixona por Maria Eduarda, uma mulher misteriosa e encantadora que ele conhece por acaso. Ignorando suas origens e passado, eles iniciam um romance intenso e apaixonado.
A relação entre Carlos e Maria Eduarda é marcada por um crescente envolvimento emocional e físico. Eles vivem momentos de felicidade e paixão, sem suspeitar do trágico segredo que os une.
Afonso da Maia, sempre lúcido e observador, começa a perceber indícios do passado de Maria Eduarda. Através de investigações discretas, ele descobre que ela é a irmã desaparecida de Carlos, tornando o romance deles um incesto inadvertido.
A revelação desse segredo devastador é um choque para Carlos e Maria Eduarda. Afonso, consciente da tragédia, tenta proteger o neto das consequências sociais e psicológicas da descoberta.
Maria Eduarda decide partir, deixando Carlos arrasado. A separação é dolorosa e marcada por um profundo sentimento de perda e desilusão. Carlos, diante do escândalo e da impossibilidade de continuar o relacionamento, sente-se esmagado pelo peso da verdade.
João da Ega, sempre cínico e crítico, tenta consolar Carlos, mas ele próprio está desiludido com as falhas e hipocrisias da sociedade portuguesa. A amizade entre os dois homens, no entanto, permanece como um laço de solidariedade em meio à desilusão.
Afonso da Maia, velho e doente, assiste ao desmoronamento de seus sonhos de progresso e modernidade para a família Maia. Ele morre, deixando Carlos sozinho com seu sofrimento e sua desesperança.
Carlos, em busca de fuga e renovação, decide viajar pelo mundo, tentando encontrar um novo propósito e sentido para sua vida. Sua partida simboliza a fuga da realidade opressiva e a busca por uma nova identidade.
O romance termina com a Casa dos Maias, agora vazia e em ruínas, simbolizando a decadência e o fim de uma era. “Os Maias” é um retrato pungente da sociedade portuguesa do século XIX, marcada pela hipocrisia, pelo conservadorismo e pela tragédia pessoal.
A obra de Eça de Queirós, com sua crítica social mordaz e seu estilo literário refinado, permanece um clássico da literatura portuguesa, explorando temas universais de amor, perda, identidade e a luta entre tradição e modernidade.
Resumido por Ernesto Matalo.