O “Testamento dos Doze Patriarcas” é um texto apócrifo judaico-cristão, composto entre o século II a.C. e o século II d.C., que consiste em uma série de discursos atribuídos aos doze filhos de Jacó, os patriarcas das doze tribos de Israel. Cada patriarca, em seu leito de morte, oferece conselhos e reflexões a seus filhos, destacando virtudes, vícios e ensinamentos espirituais e éticos.
O primeiro testamento é o de Rúben, o primogênito de Jacó e Lia. Rúben adverte seus filhos contra os perigos da luxúria, confessando seu próprio pecado com Bila, concubina de seu pai. Ele enfatiza a importância da pureza e do autocontrole, alertando que os desejos carnais podem levar à ruína espiritual e física.
Simeão, o segundo filho, fala sobre a inveja e o ódio, refletindo sobre seu papel no complô contra José, seu irmão. Ele alerta seus filhos contra o ciúme e a discórdia, defendendo a importância da unidade e do amor fraternal. Simeão também profetiza sobre a futura dispersão e retorno das tribos de Israel.
Levi, o terceiro filho, destaca a importância da pureza ritual e da devoção a Deus. Ele narra suas visões celestiais e revela os deveres sacerdotais que serão atribuídos à sua descendência. Levi exorta seus filhos a seguir os mandamentos de Deus e a manter a pureza moral e espiritual.
Judá, o quarto filho, é lembrado por sua liderança e bravura. Ele confessa seus pecados, incluindo o episódio com Tamar, e exorta seus filhos a serem justos e corajosos. Judá também fala sobre a vinda de um líder messiânico de sua linhagem, que trará paz e justiça a Israel.
Issacar, o quinto filho, enfatiza a importância do trabalho diligente e da honestidade. Ele narra sua vida simples e laboriosa, incentivando seus filhos a buscar a verdade e a justiça. Issacar também profetiza sobre a prosperidade de sua tribo através da integridade e do esforço honesto.
Zebulom, o sexto filho, fala sobre a compaixão e a caridade. Ele descreve suas viagens marítimas e a hospitalidade que sempre ofereceu aos necessitados. Zebulom exorta seus filhos a serem generosos e a ajudar os pobres, destacando que a bondade será recompensada por Deus.
Dã, o sétimo filho, adverte contra a ira e a falsidade. Ele reconhece seu próprio temperamento violento e alerta seus filhos sobre as consequências da raiva descontrolada. Dã também fala sobre o papel de sua tribo nos conflitos futuros e exorta seus descendentes a buscar a paz.
Naftali, o oitavo filho, celebra a beleza e a bondade de Deus. Ele compartilha visões e experiências espirituais, incentivando seus filhos a confiar na providência divina. Naftali também profetiza sobre o destino de sua tribo e a importância da fé e da obediência a Deus.
Gade, o nono filho, reflete sobre a força e a resiliência. Ele fala sobre os perigos da raiva e da vingança, confessando seus próprios erros em conflitos passados. Gade exorta seus filhos a serem fortes, mas também justos e misericordiosos.
Aser, o décimo filho, enfatiza a importância da busca pela sabedoria e da moderação. Ele descreve sua vida pacífica e próspera, destacando que a verdadeira felicidade vem da sabedoria e do contentamento. Aser aconselha seus filhos a serem prudentes e a evitar excessos.
José, o décimo primeiro filho, é lembrado por sua fé inabalável e resiliência em face das adversidades. Ele narra sua trajetória de escravidão ao poder no Egito, destacando a importância da fidelidade a Deus. José profetiza sobre a redenção futura de Israel e a vinda do Messias.
Benjamim, o caçula, fala sobre a bondade e a verdade. Ele descreve seu amor por seus irmãos e a importância da união e da harmonia familiar. Benjamim exorta seus filhos a serem justos e a manter a integridade moral, profetizando sobre o papel de sua tribo na história de Israel.
Em conclusão, o “Testamento dos Doze Patriarcas” é um conjunto de ensinamentos morais e espirituais que visam guiar os descendentes dos patriarcas na busca pela justiça, pureza e fidelidade a Deus. O texto oferece uma visão rica da ética e das tradições judaico-cristãs, destacando a importância das virtudes e do arrependimento.