O Evangelho de Bartolomeu é um texto apócrifo do Novo Testamento, não reconhecido como canônico pela Igreja Cristã. Sua origem remonta ao século II e é conhecido por suas versões em grego, latim e eslavônico eclesiástico. O conteúdo do evangelho varia conforme o manuscrito, mas geralmente apresenta um diálogo entre o apóstolo Bartolomeu e Jesus Cristo, abordando temas como a descida de Cristo ao inferno, a ressurreição e a natureza do mal.
O texto inicia com Bartolomeu buscando entender os mistérios celestiais após a ressurreição de Jesus. Em suas indagações, ele questiona sobre o destino das almas e a natureza do mal. Jesus responde a essas questões, revelando detalhes sobre sua missão e a luta contra as forças do mal. Um dos momentos centrais é o encontro de Bartolomeu com Belial (Satanás), onde são discutidos temas como a origem do mal e a queda dos anjos.
Além disso, o evangelho aborda a figura de Maria, mãe de Jesus, destacando sua concepção virginal e seu papel na história da salvação. Maria é apresentada como uma figura central na narrativa, compartilhando com os apóstolos detalhes sobre sua concepção e o nascimento de Jesus.
O Evangelho de Bartolomeu também menciona eventos pós-resurreição, como a descida de Jesus ao inferno para libertar as almas dos justos, com exceção de Judas, Caim e Herodes. Esses relatos visam explicar aspectos da teologia cristã, como a redenção e a vitória sobre o mal.
O estilo do evangelho é caracterizado por um tom místico e simbólico, influenciado por tradições judaicas e gnósticas. Embora não seja considerado canônico, o texto oferece uma perspectiva única sobre os eventos pós-resurreição e a luta espiritual entre o bem e o mal.
Estudos acadêmicos contemporâneos analisam o Evangelho de Bartolomeu sob diversas óticas, incluindo a teológica, histórica e literária. Essas análises buscam compreender o contexto em que o texto foi escrito e sua influência nas tradições cristãs.
Em suma, o Evangelho de Bartolomeu é uma obra que, apesar de não integrar o cânon bíblico oficial, oferece insights valiosos sobre as crenças e práticas dos primeiros cristãos. Seu estudo contribui para uma compreensão mais ampla da diversidade de pensamentos e interpretações presentes no cristianismo primitivo.
A preservação e o estudo de textos apócrifos como o Evangelho de Bartolomeu são essenciais para historiadores e teólogos, pois permitem uma visão mais completa das origens e desenvolvimentos das doutrinas cristãs.