As “Fábulas de La Fontaine”, escritas por Jean de La Fontaine e publicadas entre 1668 e 1694, são uma coletânea de histórias em verso que combinam elementos de literatura clássica e popular. Inspiradas em fontes antigas, como Esopo, Fedro e contos folclóricos, as fábulas de La Fontaine são famosas por seu estilo elegante e suas lições morais universais.
A obra de La Fontaine é dividida em 12 livros, totalizando 239 fábulas. Cada fábula é uma narrativa breve, frequentemente protagonizada por animais antropomorfizados, e termina com uma moral que reflete sobre a natureza humana e a sociedade. Através dessas histórias, La Fontaine aborda temas como a astúcia, a honestidade, a justiça, a amizade e a sabedoria.
Uma das fábulas mais conhecidas é “A Cigarra e a Formiga”. Nessa história, a cigarra passa o verão cantando enquanto a formiga trabalha arduamente para armazenar alimentos. Quando chega o inverno, a cigarra se vê sem provisões e pede ajuda à formiga, que a repreende por sua falta de previdência. A moral da fábula enfatiza a importância do trabalho e da preparação para o futuro.
Outra fábula célebre é “O Corvo e a Raposa”. Um corvo rouba um pedaço de queijo e se empoleira em uma árvore. Uma raposa astuta, querendo o queijo, elogia o corvo por sua beleza e suposta habilidade de canto. Lisonjeado, o corvo abre o bico para cantar e deixa o queijo cair, que é rapidamente apanhado pela raposa. A moral dessa história é um alerta contra a vaidade e a adulação.
“A Lebre e a Tartaruga” é outra fábula amplamente conhecida. Uma lebre arrogante desafia uma tartaruga para uma corrida, confiante de que vencerá facilmente. No entanto, a lebre, segura de sua vitória, decide descansar durante a corrida, enquanto a tartaruga continua a avançar lentamente, mas sem parar. No final, a tartaruga vence a corrida, demonstrando que a perseverança e a constância superam a pressa e a arrogância.
As fábulas de La Fontaine são notáveis não apenas por suas lições morais, mas também por sua linguagem poética e seu humor sutil. La Fontaine utiliza uma combinação de rima, métrica e jogos de palavras para tornar suas histórias cativantes e memoráveis. Suas fábulas são uma crítica à sociedade de sua época, abordando questões como a hipocrisia, a corrupção, a ganância e a injustiça social.
Além de animais, La Fontaine também usa seres humanos e objetos inanimados como protagonistas de suas histórias, explorando uma ampla gama de situações e comportamentos humanos. As fábulas refletem a observação aguda de La Fontaine sobre a condição humana e as complexidades das relações sociais.
Com seu estilo literário sofisticado e suas mensagens atemporais, as “Fábulas de La Fontaine” continuam a ser uma parte importante da literatura mundial. Elas são amplamente lidas e estudadas, tanto por suas qualidades literárias quanto por suas profundas lições morais, que permanecem relevantes até os dias de hoje.
Resumido por Chaaya Moghrabi.