A fábula “A Raposa e a Cegonha”, de Jean de La Fontaine, conta uma história que aborda a reciprocidade e o respeito nas relações. A narrativa começa com a raposa, personagem frequentemente representada como astuta e brincalhona, convidando sua amiga cegonha para um jantar. A cegonha, conhecida por seu longo bico e comportamento tranquilo, aceita o convite com entusiasmo, sem desconfiar das intenções da raposa. Quando o jantar é servido, a raposa, maliciosamente, coloca a refeição em pratos rasos, dos quais ela pode comer facilmente. No entanto, a cegonha, devido à forma de seu bico, não consegue pegar a comida, ficando sem jantar. A raposa, satisfeita com sua travessura, ri internamente da cegonha, que permanece educada, apesar da frustração.
Passado algum tempo, a cegonha decide retribuir o convite e convida a raposa para jantar em sua casa. A raposa, sem suspeitar de nada, aceita a oferta. Ao chegar, encontra a comida servida em jarros de gargalo estreito, dos quais apenas a cegonha, com seu bico longo, pode se alimentar. A raposa, com seu focinho curto, se vê na mesma situação da cegonha no jantar anterior: incapaz de pegar a comida. A cegonha, mantendo a compostura, saboreia sua refeição enquanto a raposa observa, faminta e desconfortável. Ao perceber o que está acontecendo, a raposa entende a lição que a cegonha lhe está ensinando.
Essa fábula transmite uma moral importante: “O que vai, volta.” A raposa, ao pregar uma peça na cegonha, acaba experimentando a mesma situação. O conto destaca que, quando alguém age com egoísmo ou malícia, pode esperar receber o mesmo tratamento em algum momento. La Fontaine usa a interação entre a raposa e a cegonha para refletir sobre o comportamento humano e como as ações que tomamos em relação aos outros têm consequências. Além disso, a fábula enfatiza a importância de tratar os outros com respeito e consideração, lembrando que a empatia e o cuidado são valores essenciais nas relações. As travessuras e a esperteza da raposa se voltam contra ela, demonstrando que, na vida, não é sábio tentar tirar vantagem dos outros sem pensar nas consequências.