O Diário de Anne Frank é uma das obras literárias mais icônicas do século XX, oferecendo uma visão pessoal e comovente das experiências de uma jovem judia durante o Holocausto. Publicado pela primeira vez em 1947, o diário é uma compilação das anotações feitas por Anne Frank enquanto ela e sua família estavam escondidos dos nazistas em Amsterdã, durante a Segunda Guerra Mundial.
Contexto:
Em 1933, Adolf Hitler e o Partido Nazista assumiram o poder na Alemanha, promovendo uma política de anti-semitismo extremo. A família Frank, que era judia, mudou-se de Frankfurt, Alemanha, para Amsterdã, na Holanda, em busca de um refúgio. No entanto, em 1940, a Alemanha invadiu a Holanda, e as perseguições aos judeus chegaram lá também.
O Esconderijo:
Em 1942, para escapar da deportação para campos de concentração, a família Frank decidiu se esconder. Com a ajuda de amigos, eles mudaram para um anexo secreto por trás do escritório do pai de Anne, Otto Frank. Juntaram-se a eles uma outra família Judia, os Van Pels, e mais tarde, um dentista chamado Fritz Pfeffer.
O Diário:
Anne começou seu diário em 12 de junho de 1942, seu aniversário de 13 anos, quando recebeu um diário como presente. Nele, ela documentou seus pensamentos, sentimentos e as dificuldades diárias da vida no esconderijo. Anne tratou seu diário como uma amiga, a quem chamou de “Kitty”.
A escrita de Anne aborda a claustrofobia e os desafios de viver em tão apertado confinamento com outras pessoas, as frequentes brigas entre os moradores, a falta de privacidade, mas também momentos de esperança e reflexões sobre a natureza humana. Ela também escreveu sobre seu desenvolvimento pessoal, sua relação com sua família e sua paixão emergente por Peter Van Pels.
Além dos eventos diários, Anne refletiu sobre temas mais profundos, como sua identidade como judia, o propósito do sofrimento humano e seus desejos de se tornar escritora.
O Final:
Infelizmente, depois de dois anos de esconderijo, em 4 de agosto de 1944, o anexo foi invadido pela Gestapo (polícia secreta alemã) após uma denúncia de um informante não identificado. Todos os ocupantes foram presos.
Anne e sua irmã Margot foram transportadas inicialmente para o campo de concentração de Auschwitz e, posteriormente, para Bergen-Belsen, onde ambas morreram de tifo em março de 1945, antes do campo ser libertado pelos aliados.
Após a Guerra:
Otto Frank, o único sobrevivente da família, retornou a Amsterdã após a guerra. Quando soube das mortes de suas duas filhas e de sua esposa, ele ficou arrasado. Miep Gies, uma das ajudantes da família durante o período do esconderijo, entregou-lhe o diário de Anne, que ela encontrou após a prisão da família. Otto decidiu publicá-lo na memória de sua filha.
Legado:
“O Diário de Anne Frank” foi traduzido para mais de 70 idiomas e vendeu milhões de cópias em todo o mundo. A casa onde a família Frank se escondeu é agora o Museu Anne Frank, um testemunho poderoso e emocionante dos horrores do Holocausto e da vida resiliente e inspiradora de uma jovem judia.