O livro Willow, escrito por Wayland Drew, é a novelização do famoso filme de fantasia lançado em 1988. A obra recria, em forma literária, o universo mágico concebido por George Lucas, expandindo descrições e explorando de maneira mais profunda os sentimentos e motivações dos personagens. Ao mesmo tempo em que segue fielmente a trama original, o romance acrescenta nuances psicológicas que ampliam a compreensão da jornada dos heróis.
A narrativa começa em um mundo medieval dominado pela tirania da rainha-feiticeira Bavmorda, obcecada por uma profecia que anuncia o nascimento de uma criança destinada a pôr fim ao seu reinado. Temendo essa ameaça, Bavmorda ordena a captura de todos os recém-nascidos, mas uma bebê especial escapa e é levada em segredo por parteiras corajosas. Essa criança é Elora Danan, que se tornará o centro da luta entre a luz e as trevas.
Elora acaba chegando às mãos de Willow Ufgood, um fazendeiro da pequena raça Nelwyn, sonhador e aprendiz de feiticeiro. Willow, a princípio inseguro e sem experiência, é escolhido pelo destino para conduzir a menina em segurança até aqueles que possam protegê-la. Esse chamado à aventura marca a transformação de um homem simples em herói, lembrando a clássica estrutura da jornada do herói nas narrativas míticas.
No caminho, Willow encontra aliados inesperados. Entre eles está Madmartigan, um espadachim habilidoso, corajoso e ao mesmo tempo trapaceiro, cuja bravura e humor trazem dinamismo à história. Também se juntam à jornada dois brownies travessos, Franjean e Rool, que, apesar do tamanho diminuto e do comportamento atrapalhado, cumprem papel importante na missão. A interação entre esses personagens cria momentos de humor e emoção que equilibram o tom épico da narrativa.
Enquanto o grupo avança, enfrentam os exércitos de Bavmorda e sua filha Sorsha, inicialmente leal à mãe, mas cujo destino se transforma ao longo da jornada. A tensão cresce quando o poder da magia negra é confrontado pelas pequenas vitórias dos heróis, revelando que a coragem e a esperança podem desafiar até os inimigos mais formidáveis. Drew dedica especial atenção ao conflito entre lealdade, destino e escolha pessoal, sobretudo no arco de Sorsha.
Um dos destaques da obra é a forma como Wayland Drew aprofunda a evolução de Willow. Ele começa como um homem comum, mais preocupado com sua família e sua vida simples, mas aos poucos aprende a usar a magia, a confiar em si mesmo e a assumir o papel de protetor. A jornada é tanto externa — uma missão perigosa para salvar uma criança — quanto interna, marcada pela superação do medo e pelo amadurecimento espiritual.
As descrições de batalhas, paisagens e rituais mágicos ganham intensidade na adaptação literária. Drew consegue transmitir o caráter épico do enfrentamento entre o bem e o mal, mas também ressalta os momentos de ternura, como o vínculo entre Willow e Elora. A criança, mesmo sem falar, simboliza a esperança e o futuro, funcionando como guia silencioso para os heróis e como catalisadora das mudanças ao longo da jornada.
O clímax ocorre no castelo de Bavmorda, onde a feiticeira tenta realizar o ritual para destruir Elora. A batalha final não é apenas de força, mas também de astúcia e fé. Willow, usando sua inteligência e a confiança adquirida em sua jornada, consegue enganar a vilã, derrotando-a de forma inesperada. A vitória não apenas garante a sobrevivência da profecia, mas também marca a consagração de Willow como verdadeiro herói.
Ao final, o romance de Wayland Drew reafirma a ideia central de que a grandeza pode surgir dos lugares mais improváveis. Willow, antes um simples agricultor, torna-se símbolo de coragem e esperança, mostrando que a verdadeira magia reside na determinação, na bondade e na fé no futuro. Dessa forma, a obra se mantém como um clássico da literatura fantástica derivada do cinema, valorizada por expandir um universo que marcou gerações de leitores e espectadores.