Introdução e Contexto
“O Alienista” é uma novela escrita por Machado de Assis, publicada originalmente em 1882. A história se passa na fictícia cidade de Itaguaí e aborda questões sobre a loucura e a razão através do personagem principal, Dr. Simão Bacamarte, um renomado médico que decide investigar a mente humana.
O Projeto do Dr. Bacamarte
Dr. Simão Bacamarte, após anos de estudo na Europa, retorna a Itaguaí e resolve se dedicar ao estudo das doenças mentais. Ele convence a câmara municipal a apoiar a construção de um hospício, a Casa Verde, onde pretende realizar suas pesquisas e tratamentos.
As Primeiras Internações
Inicialmente, Dr. Bacamarte interna pessoas que claramente apresentam sinais de loucura, como os que sofrem de delírios e alucinações. No entanto, à medida que seu estudo avança, ele começa a internar pessoas por motivos cada vez mais questionáveis, acreditando que qualquer desvio de comportamento pode ser um sinal de insanidade.
A Revolta da População
Os habitantes de Itaguaí, indignados com as internações arbitrárias, organizam uma revolta. Liderados por figuras influentes da cidade, eles exigem a libertação dos internados e o fechamento da Casa Verde. Dr. Bacamarte, no entanto, convence-os de que suas intenções são científicas e altruístas, e a revolta é contida.
A Nova Teoria
Dr. Bacamarte desenvolve uma nova teoria que inverte seu entendimento inicial: agora, ele acredita que os verdadeiros loucos são aqueles que se mostram excessivamente racionais e equilibrados. Com base nessa teoria, começa a libertar antigos pacientes e a internar aqueles considerados até então como normais.
O Desfecho
A população de Itaguaí fica perplexa com as novas internações, e a confiança em Dr. Bacamarte começa a diminuir. No entanto, o médico permanece convicto de suas teorias até o fim. Em um momento de introspecção, ele decide que ele próprio pode ser o único verdadeiramente louco, internando-se na Casa Verde onde passa seus últimos dias.
Conclusão e Reflexão
“O Alienista” é uma sátira sobre a linha tênue entre sanidade e loucura, e critica a arrogância científica e a falta de questionamento sobre as autoridades. Machado de Assis utiliza humor e ironia para questionar as definições de normalidade e desvio, deixando uma reflexão profunda sobre a condição humana.