O Vampiro de Curitiba , de Dalton Trevisan, publicado em 1965 pela editora Record, é um livro de contos que consagrou o autor como um dos maiores contistas brasileiros, rendendo-lhe o apelido homônimo. Composto por 15 histórias curtas, todas centradas em Nelsinho, um anti-herói curitibano obcecado por sexo, a obra explora a manipulação humana, a solidão e as contradições da classe média com ironia e linguagem crua. Ambientada em uma Curitiba sombria, uma narrativa que mistura suspense, erotismo e crítica social. A seguir, apresento um resumo em 9 parágrafos curtos, mantendo um estilo narrativo fluido e conciso, conforme suas instruções.
Nelsinho, o “vampiro” do título, é um homem comum, mas atormentado, que vaga pelas ruas de Curitiba em busca de aventuras sexuais. Seus desejos insaciáveis levam a perseguir mulheres, de prostitutas a donas de casa, em botecos, praças e becos. Cada conto revela um episódio de sua vida, como um mosaico de obsessões, descrito com “ironia pungente” e “imagística perversa”, segundo a Wikipédia.
A Curitiba de Trevisan é um personagem por si só, retratado com minimalismo, mas universal em sua decadência. Das calçadas da Rua XV às vilas periféricas, a cidade é um palco de dramas banais e violentos. Nelsinho, em sua busca, reflete a alma de uma sociedade hipócrita, onde o desejo e o colidem moral, como notado pela Secretaria de Cultura do Paraná.
Os contos, como “O Beijo na Nuca”, são breves, mas densos, com diálogos cortantes e uma prosa que valoriza a oralidade. Trevisan disseca a psicologia de Nelsinho, expondo sua misoginia e fragilidade. “No fundo de cada filho de família dorme um vampiro”, escreve, indicando que o personagem é um arquétipo da condição humana, conforme análise de Nelson Vieira.
A obra crítica do patriarcalismo e da visão dicotômica da mulher, que é “sedutora ou vítima”. Nelsinho odeia e deseja as mulheres, perseguindo-as sem descanso, mas é ele quem se derrota nesse ciclo. Essa visão, segundo a Folha, reflete a complexidade de um Brasil urbano, preso entre repressão e libertinagem.
Trevisan, recluso e avesso à fama, ganhou o apelido de “Vampiro de Curitiba” não só pelo livro, mas por sua vida reservada, como relatado pelo G1. Sua reclusão alimentou o mito, confundindo autor e personagem, uma estratégia que ele nunca desmentiu, segundo a Revue RITA. O livro, por sua vez, ganhou o Prêmio Jabuti em 1965.
A linguagem de Trevisan é um dos pontos altos, com frases enxutas que misturam humor sombrio e epifanias, comparadas por críticas a de Nelson Rodrigues e Guimarães Rosa. Ele transforma o cotidiano em poesia, fazendo o leitor testemunhar enredos perturbadores, como destacado pela IstoÉ. A obra é “teatral”, com diálogos que revelam a alma dos personagens.
Os contos não oferecem redenção. Nelsinho, em sua compulsão, é tragado pela própria decadência, um “símbolo do desespero universal”, segundo a Wikipédia. A ausência de esperança reflete a visão de Trevisan sobre a humanidade, onde a solidariedade é rara e a violência, banal, conforme análise da Secretaria de Cultura.
Elogiado por sua originalidade, o livro influenciou gerações de contistas. Sua releitura, planejada pela editora Todavia para 2025, comemora os 60 anos de Nelsinho, como Trevisan desejou antes de morrer em 2024, aos 99 anos. Críticas no Goodreads (4/5) destacam sua capacidade de incomodar e fascinar.
Em resumo, O Vampiro de Curitiba é uma obra-prima de Dalton Trevisan que desnuda a alma de uma cidade e seus habitantes com crueldade e genialidade. Através de Nelsinho, Trevisan explora o desejo, a solidão e a hipocrisia, criando um retrato atemporal da condição humana. Essencial para fãs de literatura brasileira e contos psicológicos.