O autor inicia afirmando que o Espírito Santo não é mera influência impessoal ou força abstrata, mas uma pessoa divina que se relaciona com os cristãos. Ele destaca que conhecer o Espírito como pessoa é fundamental para que a ação Dele na vida do crente seja compreendida e experimentada. Segundo Torrey, muitos tropeçam porque tratam o Espírito apenas como poder ou energia. Sua abordagem teológica reafirma que Ele tem vontade, inteligência, sentimentos — características de uma pessoa. Isso abre caminho para um relacionamento vivo, e não meramente doutrinário.
Em seguida, Torrey explora a identidade do Espírito Santo na Trindade, mostrando que Ele procede do Pai e do Filho, habita no crente e age em comunhão com o Pai e o Filho. Ele reforça que o Espírito é plenamente divino, compartilhando a mesma essência de Deus, ainda que distinto em pessoa. Tal apresentação visa combater visões minimizadas ou meramente simbólicas da Sua pessoa e obra. O autor enfatiza que, para que a obra dEle seja eficaz, precisamos considerá‑Lo como tal — pessoa divina — e não como mera “força de Deus”.
Depois, o livro aborda o que o Espírito Santo faz: Ele convence do pecado, da justiça e do juízo; guia à verdade; glorifica o Filho; e aplica a obra redentora de Cristo na vida do crente. Torrey mostra que a atuação do Espírito não é opcional, mas central: Ele transforma, santifica, guia e capacita. Ele não apenas trabalha “em” nós, mas “com” nós, em parceria dinâmica. A obra inclui tanto aspectos internos — renovação do caráter — quanto externos — testemunho, serviço, dons.
Outro ponto tratado é como o Espírito age no Antigo e no Novo Testamento, nas promessas e realizações de Deus, e como Ele continua ativo hoje. Torrey demonstra que a obra do Espírito não começou no Pentecostes, mas que naquele evento ela foi manifestada de forma nova. Ainda assim, Ele sempre agiu no plano divino, e hoje habita permanentemente nos crentes. O autor incentiva o leitor a reconhecer esse fato para viver em comunhão contínua.
Torrey destaca a diferença entre ser “guiado” ou “controlado” pelo Espírito e simplesmente confiar em Deus. Ele afirma que o Espírito Santo quer habitar, guiar, e até mesmo usar o crente para levar a outros. Ele mostra que a presença do Espírito torna possível aquilo que o esforço humano sozinho jamais realizará: um fruto de amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Esse fruto, segundo ele, é evidência da obra contínua do Espírito.
O livro também exorta à entrega consciente ao Espírito, não apenas à conversão, mas ao “andar pelo Espírito”. Torrey insiste que o crente deve permitir que o Espírito Santo controle seus pensamentos, palavras e ações. Ele alerta para o perigo de viver no nosso “eu” e na carne, em vez de caminhar no Espírito. Essa caminhada implica obediência, sensibilidade à voz dEle, e confiança para obedecer mesmo quando não vemos imediatamente os resultados.
Além disso, Torrey aborda os dons e manifestações do Espírito, mostrando que, embora existam diferentes ministérios, talentos e operações, todos vêm do mesmo Espírito — com soberania e sabedoria. Ele recorda que isso não deve gerar orgulho ou competição, mas unidade e serviço. O livro incentiva a usar os dons para edificação da igreja e para o propósito de Deus, e não para autopromoção ou espetáculo.
Finalmente, o autor conclui que o grande privilégio do crente é viver em comunhão com o Espírito Santo, consciente da presença de Deus habitando em nós, capacitando-nos, guiando-nos, consolando-nos e usando-nos para Sua glória. Ele convida o leitor a não tratar esse assunto como teoria fria, mas como realidade viva. Com isso, ele mostra que o Espírito Santo — quem Ele é e o que faz — é central para a vida cristã autêntica e eficaz.

