O Leitor do Trem das 6h27 , de Jean-Paul Didierlaurent, publicado em 2014 e lançado no Brasil em 2015 pela Intrínseca, é um romance delicado que mistura humor, poesia e uma ode ao poder transformador da literatura. A história segue Guylain Vignolles, um solitário operário de 36 anos que trabalha em uma usina de reciclagem, destruindo livros encalhados com uma máquina apelidada de “A Coisa”. Apaixonado por palavras, ele resgata páginas soltas e as lê em voz alta no trem das 6h27, encantando passageiros com trechos aleatórios. A seguir, apresento um resumo em 9 parágrafos curtos, mantendo um estilo narrativo fluido e conciso, conforme suas instruções.
Guylain leva uma vida monótona, morando com um dourado e sofrendo com um nome que inspira trocadilhos cruéis (“Vilain Guignol”, algo como “palhaço feio” em francês). Introvertido, ele detesta seu trabalho, que contradiz seu amor pelos livros. Sua única alegria é salvar páginas da destruição e significativas-las no trem, onde sua leitura em voz alta vira um ritual para os passageiros habituais. A narrativa capta sua solidão com sensibilidade, descrevendo um homem invisível que propósito nas palavras.
A vida de Guylain muda quando duas senhoras idosas, fãs de suas leituras, o convidam para recitar trechos em sua casa. O convite, descrito com humor, marca o início de uma série de eventos que tiram Guylain de sua rotina. As irmãs Delacôte, com sua excentricidade, representam a primeira conexão humana significativa na vida do protagonista, mostrando como sua paixão por livros toca outras pessoas.
Um dia, Guylain encontra um pen drive no trem, contendo o diário de Julie, uma zeladora de banheiros de compras. Os textos, cheios de humor e reflexões sobre a vida, encantam-no. Apaixonado pela voz do autor, ele decide encontrá-la, mesmo sem saber quem ela é. Rivers tece essa busca com um tom de conto de fadas moderno, misturando romantismo e surrealismo.
A amizade com Giuseppe, um ex-colega que perdeu as pernas em um acidente na usina, dá profundidade à história. Giuseppe, com seu otimismo, ajuda Guylain na busca por Julie, trazendo leveza e emoção. A narrativa destaca a força da amizade, mostrando como os laços humanos podem curar a solidão, mesmo em situações difíceis.
A procura por Julie leva Guylain a explorar banheiros de compras, uma missão excêntrica que provoca risos e reflexões. A escrita de Didierlaurent, fluida e cheia de ironia, transforma situações banais em momentos poéticos. A jornada de Guylain é tanto externa, na busca pela misteriosa autora, quanto interna, na redescoberta de si mesmo.
Os livros são protagonistas silenciosos, simbolizando esperança e resistência. Cada página lida por Guylain não treme é um ato de rebelião contra a destruição cultural representada pela usina. A literatura, na visão do autor, tem o poder de conectar pessoas e dar sentido à vida, mesmo nas rotinas mais cinzentas.
A narrativa mantém um equilíbrio entre humor e melancolia, com personagens secundários, como a segurança Yvon, que recita versos alexandrinos, adicionando charme. A história evita clichês românticos, focando na transformação sutil de Guylain, que ganha confiança e propósito. O estágio, sem spoilers, é esmagador e fiel ao tom da obra.
Críticas, como fazem Sunday Times e L’Express , elogiam o romance por sua inteligência e poesia, comparando-o a O Fabuloso Destino de Amélie Poulain pela sua leveza. Publicado em 25 países e vencedor de prêmios como o Roman d’Entreprise, o livro reflete a habilidade de Didierlaurent, duas vezes premiado com o Hemingway por contos, em criar universos singulares.
Em resumo, O Leitor do Trem das 6h27 é uma história encantadora sobre um homem comum que encontra na vida através dos livros e das conexões humanas. Com sua mistura de humor, romantismo e poesia, Jean-Paul Didierlaurent celebra o poder da palavra escrita, oferecendo uma leitura leve e inspiradora que ressoa com os amantes da literatura.