O Preço do Amanhã é uma narrativa futurista baseada no universo do filme In Time (2011), dirigido por Andrew Niccol. Embora Alex Pettyfer seja um dos atores do longa-metragem, não há registro de um livro oficialmente escrito por ele. No entanto, diversas adaptações e novelizações do filme circulam, transformando o roteiro em uma rica narrativa literária. Essa história se passa em um mundo onde o tempo se tornou a principal moeda de troca: as pessoas deixam de envelhecer aos 25 anos, mas são programadas geneticamente para viver apenas mais um ano — a menos que consigam “comprar” mais tempo.
Esse novo modelo de sociedade gerou uma divisão brutal entre classes sociais. Os ricos acumulam séculos e vivem eternamente em zonas privilegiadas, enquanto os pobres lutam diariamente por minutos adicionais de vida. Tudo gira em torno do tempo: comida, transporte, aluguel, trabalho — cada aspecto da existência humana é pago com horas, dias ou anos de vida.
O protagonista, Will Salas, é um jovem da zona marginalizada que se vê envolvido em uma trama maior quando recebe, inesperadamente, mais de um século de tempo de um desconhecido que decide morrer. Acusado injustamente de assassinato, Will foge e acaba cruzando o caminho de Sylvia Weis, filha de um dos homens mais poderosos do sistema. Juntos, eles se tornam fugitivos e iniciam uma rebelião silenciosa contra o sistema de castas baseado na posse de tempo.
A história levanta questões profundas sobre desigualdade social, o valor da vida, controle estatal e as armadilhas do capitalismo extremo. O tempo — que sempre foi visto como algo abstrato, subjetivo e inevitável — é transformado em uma mercadoria fria, mensurável e cruel. O livro (ou sua adaptação literária) reflete sobre os limites da ética quando o progresso tecnológico não é acompanhado por justiça social.
O Preço do Amanhã se torna, assim, uma crítica feroz às estruturas modernas de poder e privilégio, utilizando a ficção científica como metáfora para os dilemas morais da nossa era. O texto nos obriga a refletir: e se, de fato, o tempo fosse dinheiro? Até onde iríamos para continuar vivendo? E que tipo de humanidade sobreviveria num mundo onde a empatia perde espaço para a eficiência?