Os Gritos do Silêncio não é um livro de autoria de Sydney Schanberg, mas sim a tradução brasileira do título do filme The Killing Fields (1984), dirigido por Roland Joffé, baseado em eventos reais da vida do jornalista Sydney Schanberg. A história, no entanto, tem origem no artigo de Schanberg publicado na New York Times Magazine em 1980, intitulado “The Death and Life of Dith Pran: A Story of Cambodia”, que atraiu tanto o filme quanto uma novelização homônima de Christopher Hudson (1987, publicada no Brasil pela Rio Gráfica). Como você solicita um resumo em 9 parágrafos de um livro, presumindo que se refere à novelização de Hudson, que adapta a experiência de Schanberg e Dith Pran durante a guerra civil no Camboja e a ascensão do Khmer Vermelho. A seguir, apresento um resumo da novelização, mantendo um estilo narrativo fluido, conforme suas instruções.
A narrativa começa em 1973, com Sydney Schanberg, correspondente do New York Times , chegando ao Camboja para cobrir a guerra civil entre o exército nacional e o Khmer Vermelho, uma guerrilha comunista liderada por Pol Pot. Schanberg, movido por determinação jornalística, é recebido por Dith Pran, seu intérprete e guia local, fluente em inglês e francês. A amizade entre os dois se fortalece em meio ao caos, enquanto testemunham a devastação de cidades como Neak Leung, bombardeada por engano por um americano B-52, deixando um rastro de cadáveres e feridos. A novelização captura a ousadia de Schanberg e a coragem de Pran, que arriscaram suas vidas para revelar a verdade.
Enquanto a guerra se intensifica, Schanberg e Pran documentam atrocidades, incluindo execuções e sofrimento de civis. Em 1975, com a iminente tomada de Phnom Penh pelo Khmer Vermelho, as embaixadas ocidentais são evacuadas. Schanberg consegue passagens para a família de Pran rumo aos Estados Unidos, mas Pran, leal ao amigo e à sua missão jornalística, decide ficar. A decisão marca o início de seus destinos divergentes, com Schanberg retornando aos EUA e Pran permanecendo em um Camboja agora sob o jugo do regime comunista. A narrativa destaca o peso dessa separação, com Schanberg carregando culpa por deixar o amigo para trás.
No Camboja, Pran enfrenta o horror do “Ano Zero”, a campanha do Khmer Vermelho para erradicar a cultura urbana e intelectual, forçando a população a trabalhar em campos de concentração. Como intelectual, Pran esconde sua educação, fingindo ser um taxista para sobreviver. Ele foi submetido à fome, à tortura e ao trabalho imposto nos “campos da morte”, onde milhões de cambojanos são executados. A novelização descreve cenas chocantes, como Pran bebendo sangue de vaca para não morrer de inanição, ilustrando a brutalidade do regime que matou cerca de dois milhões de pessoas.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, Schanberg, agora premiado com o Pulitzer por sua cobertura, lança uma campanha incansável para localizar Pran. Ele escreve cartas à Cruz Vermelha e mantém contato com a família de Pran em São Francisco, mas vive atormentado pelo remorso. Uma narrativa alterna entre a luta de Pran pela sobrevivência e os esforços de Schanberg, criando um contraste entre a segurança do jornalista americano e o desespero do amigo preso no inferno do Khmer Vermelho. A culpa de Schanberg é intensificada por críticos de colegas, como o fotógrafo Al Rockoff, que o acusa de usar Pran para avançar em sua carreira.
A novelização explora a resiliência de Pran, que, apesar das adversidades, mantém a esperança. Ele escapa de um campo de concentração e enfrenta uma jornada perigosa pelas selvas minadas, até encontrar refúgio em uma vila liderada por Phat, um comandante do Khmer Vermelho que começa a questionar o regime. Phat confia a Pran na proteção de seu filho, oferecendo dinheiro americano e um mapa para a segurança. A narrativa sublinha a complexidade humana mesmo em meio à violência, com gestos de confiança surgindo em momentos inesperados.
A guerra de fronteira entre o Khmer Vermelho e o Vietnã cria uma oportunidade para Pran. Após a morte de Phat em combate, ele foge com o filho do comandante, enfrentando fome e perigo até alcançar um campo de refugiados em Tailândia. A novelização captura a emoção desse momento, com Pran finalmente seguro, mas marcado pelas cicatrizes físicas e emocionais de quatro anos de sofrimento. Enquanto isso, Schanberg recebe a notícia de que Pran está vivo, desencadeando um reencontro comovente nos Estados Unidos.
A história é um testemunho da amizade entre Schanberg e Pran, forjada em situações extremas. A novelização, baseada no relato de Schanberg, não poupa críticas ao papel dos Estados Unidos, cujos bombardeios e apoio inicial ao governo cambojano desenvolvido para o caos que permitiu a ascensão do Khmer Vermelho. Hudson descreve com cruz as execuções, a desumanização nos campos e a destruição cultural, mas também celebra a resistência de Pran, que, após sua fuga, tornou-se fotógrafo do New York Times e ativista contra o genocídio.
A prosa de Hudson, fiel ao artigo de Schanberg, combina a urgência jornalística com a profundidade emocional, destacando a cumplicidade entre os dois homens. O livro, como o filme, evita romantizar a guerra, mostrando suas consequências devastadoras com detalhes viscerais, como crânios empilhados nos campos da morte. A narrativa também reflete sobre o custo do jornalismo investigativo, que exige sacrifícios pessoais e confrontos com a própria consciência.
Em resumo, Os Gritos do Silêncio , na novelização de Christopher Hudson, é uma obra poderosa que narra a luta de Sydney Schanberg e Dith Pran contra o pano de fundo do genocídio cambojano. A história celebra a amizade, a coragem e a sobrevivência, enquanto denuncia as atrocidades do Khmer Vermelho e as falhas políticas que possibilitaram. Com sua intensidade e humanidade, o livro é uma leitura essencial para compreender os horrores da guerra e a força do espírito humano.